Rio de Janeiro/RJ – Dados inéditos do IBGE revelam que 3,1 milhões de moradores de favelas no Brasil enfrentam a impossibilidade de receber serviços básicos como ambulâncias e coleta de lixo em suas residências. Quase 20% da população favelada vive em áreas com acesso restrito a veículos, enquanto fora das favelas essa realidade afeta apenas 1,4% da população. A pesquisa detalha as disparidades gritantes na infraestrutura urbana entre favelas e o restante das cidades.
Ruas Estreitas, Direitos Limitados
O estudo do IBGE, derivado do Censo 2022, expõe que apenas 62% das vias em favelas são acessíveis a caminhões e ônibus, em comparação com 93,4% nas áreas não faveladas. Essa limitação impacta diretamente o acesso a serviços essenciais, como coleta de lixo, entrega de mercadorias e atendimento de emergência. Filipe Borsani, do IBGE, enfatiza que essa inacessibilidade representa um obstáculo significativo para a melhoria da qualidade de vida nessas comunidades, perpetuando um ciclo de exclusão social e precariedade.
Além disso, a pesquisa aponta que a falta de infraestrutura adequada nas favelas não se restringe apenas ao acesso de veículos. A ausência de calçadas, pavimentação e iluminação pública também são problemas recorrentes. Por exemplo, apenas 53,9% dos moradores de favelas têm calçadas em suas ruas, em comparação com 89,3% fora das comunidades. A situação é ainda mais crítica quando se trata de acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida, com apenas 3,8% das vias em favelas possuindo calçadas sem obstáculos.
Infraestrutura Precária: Um Legado de Desigualdade
Os dados do IBGE revelam um histórico de negligência e falta de investimento em infraestrutura nas favelas. Essa carência não apenas dificulta o acesso a serviços básicos, mas também impacta a saúde, a segurança e o bem-estar dos moradores. A falta de pavimentação, por exemplo, aumenta a exposição à poeira e à lama, contribuindo para o aumento de doenças respiratórias e infecciosas. A ausência de iluminação pública, por sua vez, eleva o risco de violência e criminalidade.
O que vem por aí
Diante desse cenário alarmante, é urgente a implementação de políticas públicas que visem a melhoria da infraestrutura nas favelas. É fundamental que o poder público invista em pavimentação, iluminação, saneamento básico e acessibilidade, garantindo que os moradores dessas comunidades tenham acesso aos mesmos direitos e oportunidades que o restante da população. A pesquisa do IBGE serve como um importante instrumento para o planejamento e a implementação dessas políticas, permitindo que as ações sejam direcionadas para as áreas mais críticas e para as necessidades específicas de cada comunidade.
Para mais informações, continue conectado no Portal Conectados.